O jogo – O que é o jogo?

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O jogo é algo mais que uma actividade lúdica, onde a criança tem um papel fundamental. Em tempos, o facto de jogar era visto como “passar o tempo”, mas actualmente e devido à contribuição da medicina, psicologia e pedagogia e visto como algo que proporciona o crescimento e o desenvolvimento das pessoas.
Assim, hoje o jogo é uma actividade lúdica que tem um lugar inquestionável no mundo da educação.
O desejo de jogar estimula as crianças a descobrir, manipular, observar e interpretar o mundo que os rodeia. Através do jogo aprendem a relacionar-se, a exercitar as suas capacidades, a conhecer o seu corpo, desenvolvem a sua personalidade e a encontrar um lugar na comunidade.
Para Piaget, o jogo auxilia na construção do conhecimento, ou seja, é um facto inato e responde á necessidade da actividade, que por sua vez proporciona a aprendizagem.
Em suma, o jogo é uma actividade planeada, pedagógica que adquire uma dimensão central no tempo de ócio e de tempo livre. É da responsabilidade dos Animadores ajudar no desenvolvimento e autonomia das crianças.

Aproximações ao conceito de jogo

O jogo não é algo exclusivo para as crianças, os adultos também jogam e nem sequer é exclusivo do homem, pois os animais também jogam. No jogo usam-se elementos, os brinquedos, que complementam e enriquecem as actividades.
Tendo em conta o jogo e actividade, é difícil estabelecer-lhes uma definição aceite e que integre diversas perspectivas, mas pode-se dizer que o jogo é uma actividade lúdica, voluntária, educativa do desenvolvimento.

Características do jogo

-é uma actividade que proporciona prazer e satisfação;
-é uma actividade gratuita que se faz por gosto sem esperar resultados;
-é livre, voluntário e desejado;
-ajuda a desenvolver, as faculdades psíquicas, físicas e serve para conhecer as próprias e limitações;
-possibilidade as relações de hierarquização entre crianças e adultos;
-permite á criança adaptar-se á realidade que a rodeia (conhece, assimila e interioriza o mundo através do jogo);é um meio de aprendizagem;
-é um meio terapêutico de libertação de tensões psíquicas e retorna ao equilíbrio.

Desejo de jogar

Possibilita situações para o desenvolvimento das pessoas que influencia o crescimento, pois considera-se fundamentalmente para as crianças, assim como a segurança, saúde e educação.

O acto de jogar é excelente para a diversão e aprendizagem em todas as idades e representa uma actividade importante que favorece a relação e a comunicação entre adultos, crianças e adolescentes.

O jogo segundo a etapa evolutiva (a idade)

-0 – 2 anos (aspectos sensório-motores, onde a criança explora o seu corpo);
-2 – 6 anos (interioriza o que a rodeia através do jogo simbólica);
-6 – 9 anos (jogam com regras estabelecidas pelo grupo, comunicam e adaptam-se ás aprendizagens adultas);
-9 – 14 anos (prevalece o jogo organizado, implica relações sociais).
O Animador Sociocultural tem como função reivindicar a função do jogo para o adulto e estimulá-lo.

Classificação dos tipos de jogo

Segundo a idade (depende das características evolutivas do grupo e do indivíduo);

Segundo o formato ( grande jogos que requerem preparação, longa duração; pequenos jogos de curta duração e não necessitam de preparação nem de material);

Segundo o espaço ( interior em espaços abertos e delimitados e remetem para dias de inverno; exterior m espaços públicos e praças);

Segundo a origem (tradicionais que perduram ao longo do tempo numa cultura, são transmitidos oralmente de geração em geração, sendo da responsabilidade do animador recuperar a tradição oral e reavivar estes jogos; multiculturais que engloba os jogos tradicionais e populares de outras culturas diferentes á nossa);
segundo finalidades e características (apresentação, conhecimento, cooperação, noite, pré-desportivos, de água, educativos, electrónicos, de mesa e de ficção).

Segundo aspectos de Desenvolvimento

Jogos psicomotores (conhecer o corpo, actividades motoras);
Jogos sociais (actividades lúdicas, como jogos de mesa);
Jogos afectivos e emocionais (relacionam o jogo com o desenvolvimento afectivo, suportam os jogos de imitação).

O jogo segundo o Animador pode ser:

-livre (espontâneo e sem finalidades, destina-se ao prazer de jogar, o animador controla mas não participa directamente);
-presenciado (o animador observa e intervém, escolhe o espaço e reúne materiais necessários, sugere possibilidades de reacção e estimula as crianças mais tímidas e menos participativas);
-dirigido (é um jogo voluntário onde o animador motiva a participação, a sua finalidade é educativa, visa melhorar as aptidões da pessoa e não afecta a integridade física, psíquica e afectiva da criança).

Telma Pereira – ANIMA-ESEB